Como tripulante da nau Argo, sinto a sensação de estar navegando por águas desconhecidas e me parece que vai ser assim por toda a viagem, até encontrar o velo de ouro. O grande problema é que quando finalmente, nesta busca eu tiver em minhas mãos o velo almejado, talvez eu olhe mais além e não sinta vontade de voltar para casa e tomar o meu trono, mas agora com o espírito de um argonauta, eu sinta a necessidade de continuar navegando em busca de muitas outras aventuras.
Mestranda do Programa de Pós-Graduação Educação em Ciências da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, me deparo com a escrita de uma dissertação. Neste blog buscarei compartilhar minhas inquietações diante do processo de constituição de uma pesquisadora.
quarta-feira, 30 de março de 2011
quinta-feira, 10 de março de 2011
Sugestão de Leitura
Educar pela pesquisa: ambientes de formação de professores de ciências da Profa. Maria do Carmo Galiazzi
Uma carta para mim!
Querida Maria de Fatima
Hoje, em uma manhã de muita chuva, fiquei na cama toda a manhã embalada pelo barulho gostoso que a chuva fazia no telhado. Aproveitei para ler o livro Educar pela Pesquisa da Profa. Maria do Carmo.
Enquanto eu lia, cada vez mais pensava em ti e nas coisas que compreendo importantes de serem ditas.
Estou orgulhosa de ti pelas transformações que vem ocorrendo nos últimos dois anos. Daquela Maria, aluna infrequente do curso de Matemática à Maria que frequenta todas as aulas, sem faltas. De uma Maria de postura passiva a uma Maria que vem buscando autonomia em suas atitudes. Este é um crescimento que considero muito significativo.
Entretanto, não tenho como não deixar de comentar a forma como estas encarando o Mestrado. As vezes te sinto meio perdido e angustiada, correndo sem saber para onde. Tua ansiedade é visível e acredito que grande parte disso é determinado por tua estrutura que não consegue se desprender das certezas.
Maria, estar em uma pesquisa é deixar emergir e analisar. Nada esta pronto! Antônio Flavio Moreira, et al, salientam no livro Para quem pesquisamos, para quem escrevemos: o impasse dos intelectuais, "quem tem certezas não tem boas razões para fazer pesquisa. Hoje sabemos que a dúvida, a incerteza, a consciência de nosso ainda não saber é que nos convida a investigar e, investigando, podermos aprender algo que antes não sabíamos".
O que entendes sobre "As tecnologias digitais na prática educativa"? Não sabes nada ainda, porque estas te constituindo junto com o teu objeto de estudo. Esta pesquisa irá contribuir para embasar as tuas futuras práticas como docente. Por enquanto segues aquilo que outros dizem, estas em um processo de imitação e percebo também que continuas tendo uma postura passiva, só que agora com uma máscara de pesquisadora.
Um pesquisador deve ter autonomia e para isso é necessário estudar de forma comprometida. Tuas produções precisam ser discutidas com tua orientadora, mas não preciso nem dizer que somente irás conseguir estes momentos de discussão, que serão de extrema importância na construção de teu conhecimento, quando adotares uma outra postura frente as tuas investigações (ler mais e mais).
"Dar voltas com", significa conversar e conversar é uma ação que se dá entre duas pessoas e não entre uma pessoa falando e a outra apenas ouvindo e agindo sem entender.
Lembra quando Jesus disse ao mar revolto, "acalma-te"? Pois eu digo isso a ti: acalma-te e deixa que a tua pesquisa se mostre. Não existe um caminho a priori para quem pesquisa, por isso espera que o caminho se mostre em teu caminhar. Um dia de cada vez!
Agora vou indo, ler mais um pouco.
Nos falamos!
Beijão
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